Primeiro dia

 Hoje começa uma nova história.

(imagem tirada da internet)


Uma história em que finalmente tenha um fim, ou melhor, uma continuidade.

Sou uma pessoa muito boa a começar coisas mas péssima a dar continuidade.

Já comecei a escrever no meu caderno alguns dos meus pensamentos, emoções, pensamentos obsessivos, pensamentos que não me deixam dormir.

Há anos que ouço que deveríamos escrever para libertar espaço na nossa mente.

Há anos que indico isso nas minhas consultas.

Em pequena escrevia muito.

Com a idade fui reduzindo.

Nos últimos anos, apesar de ir escrevendo esporadicamente, achava que era uma perda de tempo.

Não era bem uma perda de tempo, mas eu queria escrever tanta coisa, tantas ideias, tantos pensamentos, tantas ruminações, que me dava a sensação de que teria de estar a escrever constantemente.

Depois, claro, dava-me a preguiça, porque gosto de escrever em papel, mas um telemóvel está sempre à mão, e se fosse escrever teria de ter um caderno em todas as divisões da casa, em todas as malas.

Por mais interessante que fosse escrever, e se eu quisesse compilar tudo para escrever um livro?

Ultimamente tenho este pensamento de escrever um livro.

Tenho uma data de ideias, ainda começo a escrever uma página ou outra, mas depois penso "quem vai ler isto?", "mas isto é interessante para alguém?".

Até que chego ao dia de hoje e apeteceu-me escrever um blog.

Porquê escrever num caderno se posso escrever aqui e já fica meio caminho andado para um livro.

Já não é necessário transcrever (aqui a minha preguiça a falar).

Será um livro? Não sei. Talvez seja demasiado ambicioso.

Vou escrevendo.

Pode não ser o blog mais alegre do mundo, com as ideias mais brilhantes do mundo, acho que é mais o caixote do lixo físico que sai da minha cabeça.

Pode ser que ajude alguém a pensar que não é o único no mundo a ter estes pensamentos chatos que não levam a lado nenhum.

Este é o primeiro dia em que eu liberto a minha mente destes pensamentos. Podem ser que me revisitem, mas sempre tenho o blog para os deitar fora.

É fácil dizer isto para todo o mundo? Não é, mas estou escudada por detrás do ecrã de um computador.

Toda a gente é corajoso por detrás de um ecrã de computador (ou de telemóvel) e eu sou uma dessas pessoas.

Trabalho para que não seja assim e ironicamente trabalho isso utilizando um telemóvel.

Não, não é um blog alegre. Mas suponho que quem seja alegre viva mais a vida e não tanto as redes sociais.

Que quem quiser ler este blog se sinta acompanhado e não sozinho.

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