Dificuldade (até) em escrever positivo
Ao olhar para as publicações anteriores vejo que todos os títulos estão em português excepto um o Happy.
Claro, tenho publicações da gratidão, mas aquele em específico é diferente.
Não era um exercício.
Era o que eu estava a sentir no momento.
Aqui vejo que tenho dificuldade em nomear palavras positivas.
Parece que não as posso dizer em português porque fica demasiado real.
Tenho vergonha de ser feliz?
Tenho medo de ser feliz?
Se for feliz será que tenho tanta atenção do que se estiver na miséria?
Será que se eu disser em português, a felicidade esvai-se por entre os dedos?
Em inglês pareceu-me mais fácil de dizer.
Happy e Feliz.
Happy parece ser mais superficial, uma alegria breve (citando o meu querido Vergílio Ferreira), fugaz, que foge como areia por entre os dedos.
Feliz é um estado de alma, de plenitude, de completude, talvez mais complexo.
Na verdade, feliz é meramente uma palavra, não me parece ser tão profundo quanto isso, no entanto, tive mais facilidade em escrever happy do que em escrever feliz.
É tão fácil falar negativamente, falar de emoções negativas e tão difícil dizer que estamos felizes.
Estranho, normalmente as pessoas não falam dos sentimentos mais profundos, mais negativos, sentem-se demasiado vulneráveis e a pergunta que surge é "será que no futuro vão utilizar isto contra mim?".
Mas, em ainda menos vezes, falam das suas alegrias, conquistas, felicidades porque se sentem igualmente vulneráveis e a pergunta que surge é "será que no futuro vão utilizar isto contra mim?".
Então andam ali no ram-ram, no chove mas não molha, no vai-se andando, uns dias melhor outros dias pior.
Assim nunca se comprometem.
Comentários
Enviar um comentário