Vista
Há meio ano que tenho uma vista magnífica mas não consigo ver.
Olho mas não vejo.
Não vejo o céu.
Não vejo as nuvens.
Não vejo as luzes.
Não vejo o rio.
Não vejo os aviões.
Olho mas não vejo.
Já tinha reparado, numa viagem que fizemos, que estava cega ao mundo exterior.
Nunca está viagem tinha sido tão curta.
Não vi as árvores.
Não vi os montes.
Não vi a serra.
Não vi o rio.
Não vi os caminhos.
Tudo me passa ao lado.
mas não vejo.
Não vejo profundidade.
Não vejo significado.
Não consigo só estar e ser.
Se chove não posso ver a vista.
Se está sol não consigo estar muito tempo porque está calor demais.
Fere-me a vista.
Mal tenho os olhos abertos.
Talvez sejam desculpas.
Podia sentir-me à janela mas ainda assim não vejo.
Não sinto.
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